Todas as emoções fazem parte da vida - dos homens inclusive

Todas as emoções fazem parte da vida - dos homens inclusive

 

Ser imperfeito é uma premissa básica de extrema importância para a nossa saúde mental e bem estar.

O problema é que, em nossa sociedade, a exposição da vulnerabilidade é vista como um sinal de fraqueza, especialmente entre os homens. Esse fato é facilmente perceptível em nossa experiência de vida, mas também é apontado em algumas pesquisas científicas, como um fator que influencia um comportamento prejudicial à saúde mental dos homens – a falta de autoconhecimento e habilidade para lidar com as emoções.

Em sua maioria, os homens crescem com ideias, enraizadas em nossa cultura, de que precisam ser fortes e não podem chorar ou expor suas emoções. Comumente, são tidos como fracos quando demonstram medo, tristeza ou vergonha. Como resultado dessa pressão social, eles normalmente escondem seus sentimentos e apresentam irritabilidade quando se deparam com a própria vulnerabilidade. 

Coragem

O conceito de vulnerabilidade é diametralmente oposto à ideia que as pessoas têm dele. Aceitar a própria vulnerabilidade é um sinal de coragem. Segundo a professora, escritora e pesquisadora Brené Brown, qualquer atitude corajosa envolve risco, incerteza e exposição emocional – justamente os aspectos que constituem o que entendemos por vulnerabilidade. 

Ainda que lidar com o sofrimento emocional não seja nada fácil, vale cada segundo. Sair da “caixinha” em que somos colocados pela sociedade é verdadeiramente libertador e um ato de autocuidado. A pesquisadora defende que quando você precisa mudar para se encaixar em um padrão e pertencer, você não pertencerá a lugar nenhum, pois estará longe de si mesmo.

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Igualdade, empatia e acolhimento 

Não se trata de uma guerra de sexos em que se julga ou se sobrepõe a um gênero específico, o convite é para desconstruir conceitos irreais e padrões sociais que levam ao sofrimento e comprometem a qualidade de vida. Com base em anos de pesquisa e entrevistas, Brené Brown revela em seu livro “A coragem de ser imperfeito” os principais elementos que levam os homens a sentir vergonha:

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A falta de abertura para diálogos sobre as emoções, traz prejuízos para a saúde mental dos homens, reduzindo as chances de perceber sinais de problemas mentais e a busca por ajuda profissional. 

O estigma em torno dos transtornos mentais já é, por si só, um grande obstáculo para o bem estar e a qualidade de vida. Mas a resistência maior entre os homens potencializa o problema, atrasando ainda mais diagnósticos e criando um ciclo vicioso, na medida em que ao não se encaixar nos padrões, mesmo que sejam irreais, gera-se mais angústia, baixa autoestima e sofrimento.

Quebrando o tabu

É importante refletirmos sobre o tema, pois para quebrar um traço cultural é preciso consciência e atitude.  

Precisamos promover uma cultura de saúde mental, criando ambientes que favoreçam a empatia e o acolhimento, combatendo o estigma e o julgamento, que em qualquer idade, podem gerar impactos negativos significativos na vida das pessoas e na sociedade em geral. 

Homens e mulheres precisam ressignificar as ideias de que os homens devem estar no controle, devem ser provedores e fortes. É preciso combater esses conceitos para não reforçá-los e passá-los adiante de geração em geração da mesma forma como tem sido feito há centenas de anos. Sem atenção a este problema de saúde, as relações entre pais e filhos, marido e mulher, entre amigos e colegas de trabalho acabam perpetuando as crenças e sofrimentos que contribuem para comprometer severamente a qualidade de vida de muitos.

Seja você de qualquer gênero, seja um agente da transformação, assegurando a todos o direito de viver bem. Olhe para dentro e olhe para o lado, muitas vezes, quem está ao lado pode perceber algum sinal de alerta antes do que quem está passando por um problema. Se quisermos fazer parte da mudança e promover o bem estar devemos cuidar da mente, além de adotar uma postura empática, estabelecer relações próximas livres de julgamentos e praticar uma cultura de diálogo e escuta ativa. Assim, criamos um ambiente seguro em que todos possam normalizar a vulnerabilidade e desenvolver habilidades para expressar e lidar melhor com as emoções. Essa é a base da saúde mental. Confira a matéria de entrevista “Entendendo a Saúde Mental” com Rodrigo Bressan, psiquiatra e presidente fundador do Instituto Ame sua Mente.

 

 

 

 

© 2023 por Ame sua Mente

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