Entenda como a arte e o lazer podem ser grandes aliados no combate ao esgotamento mental.
Ao longo dos anos, a vida moderna se tornou muito intensa. Realizamos múltiplas atividades, tentando equilibrar diversos pratinhos durante o dia: trabalho, família, estudo, lazer e saúde. Manter esse controle não é tarefa fácil, sendo muito comum sacrificarmos o tempo livre em busca de maior produtividade. Mas, quando deixamos de dedicar tempo para momentos de descontração, criamos um grande desequilíbrio mental.
Segundo um compilado de estudos realizado por cientistas da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, e publicado no periódico Journal of Experimental Social Psychology, menosprezar atividades de lazer pode ser maléfico para a saúde mental, com risco de afetar até mesmo a produtividade no trabalho ou nos estudos. As pesquisas mostram maiores taxas de estresse, ansiedade e sintomas depressivos nos participantes que não incluíam o lazer na rotina, como atividades culturais, por exemplo.
A cultura e seus benefícios para a mente
Na mesma linha, pesquisas realizadas pelo Escritório Regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, relatam que o envolvimento com a arte pode ser benéfico tanto à saúde física quanto mental, e até mesmo ser complementar a tratamentos médicos. O relatório afirma, por exemplo, que crianças pequenas com pais que leem histórias antes de dormir descansam mais durante a noite, tendo melhor concentração na escola. Incrível, não é?
No caso de adolescentes, o estudo identificou a dramaturgia como ferramenta para melhorar o bem-estar, reduzir a exposição à violência e ajudar na tomada de decisões; enquanto a música contribui para a melhora da cognição e a prática do canto aprimora aspectos como atenção, memória e função executiva.
De forma geral, a cultura estimula a criatividade por meio da observação ou criação de arte e melhora a autoestima, ao passo que o processo criativo promove um sentimento de satisfação pessoal.
A arte de viver
Como você pode constatar, incorporar arte e cultura na rotina não só beneficia a saúde mental, como promove um modo mais criativo e leve de se viver. Busque se expressar através do desenho, escrita, pintura, entre tantas outras formas de arte. As diversas vertentes da dança, assim como outros tipos de atividades físicas, são oportunidades de entrar em contato com seu próprio corpo e liberar as tensões do dia a dia.
Esses passeios culturais nos ajudam a desconectar das questões e preocupações cotidianas e nos colocam em contato com novos temas, nos inspirando com as diferentes perspectivas que a arte traz da vida.
“Talvez você deva conversar com alguém: uma terapeuta, o terapeuta dela e a vida de todos nós“, de Lori Gottlieb. A obra combina histórias reunidas a partir da trajetória da autora como terapeuta e de sua própria experiência como paciente, exibindo a natureza transitória dos sentimentos e como é importante lidar com tal transitoriedade na vida;
“Cartas de um terapeuta para seus momentos de crise“, de Alexandre Coimbra Amaral. A publicação traz cartas repletas de poesia, onde os remetentes são os sentimentos humanos. Eles chegam para uma conversa honesta e terna sobre o papel que cumprem em nossas vidas e a relação que estabelecem com cada um de nós;
“Uma Mente Brilhante”, de Ron Howard. O longa, que ganhou quatro Oscars e quatro Globos de Ouro, narra a luta do gênio matemático contra a esquizofrenia e a conquista do prêmio Nobel John Nash;
“O Mínimo para Viver”, de Marti Noxon. A produção conta a trajetória de uma jovem que sofre de anorexia nervosa. Sem muitas esperanças, a personagem conhece um médico que a desafia a enfrentar sua condição dia após dia, mostrando que a cura está ao seu alcance;
“This Is Us”, de Dan Fogelman. Este drama familiar acompanha diferentes estágios das vidas de três irmãos, mostrando suas interações enquanto família e as lutas com suas próprias questões pessoais, tudo sob uma perspectiva psicológica muito interessante;
“As We See It”, de Jason Katims. O seriado exibe um grupo de jovens adultos, todos integrantes do espectro autista em diferentes níveis, em seus desafios do dia a dia com relacionamentos, trabalho e estudos. O mais legal é que os atores dos personagens principais são realmente autistas, o que traz uma sensibilidade e veracidade especial à trama.
Gostou das dicas? Então, valorize o lazer e a cultura diante da rotina intensa e evite o esgotamento mental tão frequente nos últimos tempos.
#amesuamente