O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um transtorno mental caracterizado por pensamentos obsessivos que geram intensa ansiedade. Quando tomado por essa angústia, o indivíduo pode recorrer a comportamentos compulsivos e repetitivos na tentativa de aliviar o desconforto.
Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 1% e 2% da população global convive com esse transtorno. No caso do Brasil, estima-se que aproximadamente 4 milhões de pessoas convivem com o TOC.
Quais são os sintomas do TOC?
O TOC pode se manifestar por meio de obsessões, compulsões ou ambos. Além disso, os sintomas variam de pessoa para pessoa e ao longo da vida, afetando a rotina e as relações interpessoais. Dentre os sintomas mais comuns, destacam-se:
Obsessões: pensamentos, imagens ou impulsos indesejados e repetitivos que causam angústia e ansiedade. Por exemplo:
- Medo excessivo de contaminação por germes, vírus ou bactérias;
- Pensamentos persistentes sobre segurança;
- Preocupação intensa com organização;
- Pensamentos intrusivos sobre temas sensíveis (religião, sexo, violência);
- Medo irracional de prejudicar a si mesmo ou outras pessoas.
Compulsões: comportamentos ou rituais repetitivos realizados para reduzir a ansiedade ou evitar que algo ruim aconteça. Por exemplo:
- Lavar as mãos repetidamente, mesmo sem necessidade;
- Verificar diversas vezes se portas e janelas estão fechadas;
- Conferir constantemente se o gás está desligado;
- Contar mentalmente ou seguir padrões numéricos rígidos;
- Repetir frases ou orações para afastar pensamentos ruins;
- Alinhar e organizar objetos de maneira extremamente meticulosa;
- Em algumas situações, as compulsões envolvem evitar certos locais, objetos ou pessoas.
Existe o senso comum – mas equivocado – de que o TOC se resume a comportamentos compulsivos. No entanto, em alguns indivíduos, ele se manifesta apenas por meio de pensamentos obsessivos.
Por outro lado, outra ideia equivocada é a de que o TOC é uma simples mania de organização ou limpeza. Na realidade, esse transtorno vai muito além disso e afeta significativamente a qualidade de vida da pessoa.
Quais são os fatores de risco do TOC?
Os primeiros sintomas do TOC podem aparecer na infância, adolescência ou no início da vida adulta Ademais, diversos fatores podem influenciar seu desenvolvimento:
Fatores biológicos
- Predisposição genética;
- Alterações neuroquímicas no cérebro, como desequilíbrios de serotonina;
- Infecções estreptocócicas, como febre reumática.
Fatores psicológicos
- Dificuldade para lidar com ansiedades e inseguranças;
- Aprendizado de estratégias ineficazes para lidar com medos;
- Características de personalidade, como perfeccionismo e alto senso de responsabilidade.
Outros fatores de risco
- História familiar de TOC;
- Experiências traumáticas (abuso físico, emocional ou sexual);
- Eventos estressantes (perdas, mudanças significativas, pressão excessiva);
- Presença de outros transtornos mentais, como ansiedade e depressão.
Como é feito o diagnóstico do TOC?
O primeiro passo para lidar com o TOC é entender que ele não é uma escolha ou uma frescura, mas sim uma condição médica que exige compreensão, acolhimento e tratamento adequado.
O diagnóstico do TOC deve ser realizado por um psiquiatra e acompanhado por um psicólogo. Dessa forma, o profissional avaliará se:
- Os sintomas são recorrentes e tomam tempo significativo do dia;
- Causam sofrimento e impactam negativamente a rotina;
- Não podem ser explicados por outros transtornos mentais.
O TOC pode ser confundido com outros transtornos, como ansiedade, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Síndrome de Tourette.
O TOC tem tratamento?
Embora seja um transtorno crônico, existem tratamentos eficazes que ajudam a reduzir significativamente os sintomas e a melhorar a qualidade de vida do paciente:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): é uma das abordagens mais eficazes para tratar o TOC. Aliás, uma das técnicas mais utilizadas é a exposição e prevenção de resposta (EPR), que ensina o paciente a enfrentar gradualmente seus medos sem recorrer aos rituais compulsivos.
- Tratamento medicamentoso: em alguns casos, é recomendado o uso de antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina (ISRS), que ajudam a controlar obsessões e compulsões.
Cada caso é único e deve ser tratado por profissionais da saúde mental e de forma personalizada, considerando as necessidades do paciente.
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